sábado, 17 de maio de 2008

TV DIGITAL - Um pouco sobre o Padrão ISDB (japonês)

O padrão ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting) foi criado no Japão pelo consórcio DiBEG (Digital Broadcasting Experts group), contando principalmente com o suporte da emissora pública japonesa NHK. Como no DVB, a camada de transmissão do ISDB é baseada em modulação COFDM. O ISDB utiliza, para a codificação do sinal-fonte de vídeo e multiplexação, o padrão MPEG-2. Para a codificação de sinal-fonte de áudio, o padrão adotado é a variante MPEG-2: AAC (Advanced Áudio Coding). Para a radiodifusão terrestre, o padrão ISDB-T utiliza, como no DVB-T, o sistema COFDM. Como no DVB, o ISDB é um sistema com parâmetros configuráveis (pela emissora), permitindo obter diferentes níveis de robustez com as respectivas capacidades de transporte.
O ISDB apresenta três modos de operação, ou seja, de número de portadoras, conhecidos como 2k (que utiliza 1405 portadoras), 4k (2809 portadoras) e 8k (5617 portadoras). Em comparação ao DVB, existe um modo intermediário chamado 4k. Além disso, comparando-se os dois padrões pode-se verificar que os valores para os modos 2k e 8k são ligeiramente diferentes. O número de portadoras no ISDB é ligeiramente inferior, o mesmo ocorrendo com o comprimento do símbolo. Por outro lado, o ISDB utiliza um clock mais rápido (8,127 MHz versus 6,857 MHz do DVB em 6 MHz).
A estrutura de funcionamento do ISDB é muito semelhante ao DVB, com algumas pequenas diferenças. A primeira diferença ocorre no embaralhamento interno. No DVB, o único embaralhamento efetuado é o de freqüências, ou seja, as portadoras utilizadas para cada trecho de um bloco de informação são permutadas segundo um padrão pseudo-aleatório. Como comentado anteriormente, isso confere uma maior imunidade a interferências localizadas em uma freqüência específica. O ISDB utiliza adicionalmente um segundo embaralhamento, a transposição temporal, ou seja, grupos de bits têm a sua posição temporal permutada segundo uma dada seqüência. As demais diferenças entre o DVB e o ISDB decorrem do fato deste último adotar um mecanismo diferente, a segmentação de bandas.
O ISDB, como o próprio nome indica, é uma plataforma concebida para múltiplas aplicações, e não apenas para o serviço de televisão. Tendo em vista tal princípio, nessa tecnologia, as portadoras são agrupadas em 13 segmentos, denominados de Data Segment. Em tese, um canal de 6 MHz poderia ser dividido entre 13 serviços ou emissoras diferentes, embora, como será mostrado mais adiante, para o serviço de televisão, os segmentos são agrupados em “camadas”, podendo-se ter no máximo três camadas. Em um sistema de 6 MHz, cada segmento tem uma largura de 429 kHz (6/14 MHz), e pode ter os seus próprios parâmetros de transmissão, tais como a relação de código convolucional (FEC) e intervalo de guarda. Os segmentos são numerados de 0 a 12. Para o serviço de televisão, todos os segmentos são utilizados.
O ISDB utiliza, tal como o DVB, sinais piloto e de controle, porém com uma distribuição diferente. Ao contrário do DVB, o ISDB utiliza apenas 13 pilotos contínuos, um para cada segmento. Quanto aos pilotos espalhados, a quantidade e o padrão de espalhamento são idênticos ao DVB. Finalmente, o ISDB reserva algumas portadoras para a finalidade de “canal auxiliar” – ou seja, para uso genérico de transporte de dados. Além da configuração de transmissão convencional, o ISDB admite duas outras formas de utilização: a relação faixa larga x faixa estreita e o modo hierárquico.
Tal como o DVB, o ISDB-T admite a transmissão hierárquica, ou seja, que parte dos sinais sejam transmitidos com um grau de robustez maior que o restante do sinal. No caso do ISDB-T, os sinais podem ser agrupados em três diferentes níveis (chamados de “camadas”) de robustez. Essas camadas podem ser utilizadas para transportar diferentes trechos de informação do mesmo programa, ou programas totalmente diferentes. Dentro de cada camada, os diferentes segmentos adotam os mesmos parâmetros de transmissão.

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