quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

NOVOS TELEVISORES

Processo, logo exibo

Os televisores antigos tinham filtros e controles de contraste e brilho que agiam sobre toda a tela. Os novos controlam um a um os pontos de luz que formam as imagens .

Em menos de uma década, os televisores passaram por um processo de evolução que beira a revolução. A mudança começou pelo design. As tecnologias de plasma e cristal líquido (LCD, na sigla em inglês) promoveram uma lipoaspiração radical nesses aparelhos e aposentaram os volumosos tubos de raios catódicos. Surgiram as telas fininhas. Nos últimos dois anos, a chamada alta definição (high definition) ampliou a fidelidade e a beleza desses painéis. Agora, uma nova guinada está em curso, o processamento de imagens em tempo real. O aumento da capacidade de armazenamento e de processamento dos chips de imagem dos novos televisores não tem paralelo. Se os automóveis de passeio tivessem passado pelo mesmo processo evolutivo dos televisores, eles teriam, em dez anos, se tornado carros de Fórmula 1 em potência, velocidade, segurança, tecnologia embarcada – mas não no preço.

Os novos aparelhos de TV dispõem de circuitos que processam o sinal digital a uma velocidade tal que as imagens podem ser melhoradas logo depois de captadas pelo cabo ou pelo ar. Assim, variáveis como a transição entre cores, a nitidez das figuras e o contraste – a escala de tons de cinza existentes entre o preto e o branco – podem ser ajustadas antes de ser exibidas a quem assiste. Sua TV antiga também tem esses controles? Sim, mas esses ajustes são feitos sobre toda a extensão da tela. Aqui se fala de processamento de cada ponto da imagem – e até da geração de um ponto intermediário virtual entre dois reais para aumentar a nitidez. Para isso, é preciso dobrar a velocidade de processamento e de renovação da imagem na tela. Esse recurso é muito útil, por exemplo, para aumentar a nitidez de cenas que cruzam a tela em alta velocidade.
Em geral, a função dos chips e softwares usados nos televisores é aprimorar a imagem em tempo real, independentemente da qualidade do sinal recebido. Assim, ainda que a transmissão seja mediana, a principal tarefa desses dispositivos eletrônicos é exibir cenas perfeitas – na maioria dos casos, em alta definição. Isso já ocorre de maneira incipiente, mas os avanços nesse campo são rápidos e ininterruptos. A Toshiba, por exemplo, anunciou que lançará em 2009 uma televisão equipada com o Cell, o poderosíssimo chip do game PlayStation 3. Apresentado no início do ano em uma feira em Las Vegas, um protótipo desse equipamento deu uma mostra de força ao reproduzir 48 vídeos simultaneamente, cada um deles identificado por meio de um ícone na tela. Tal demonstração foi feita para oferecer uma idéia do volume de dados que um televisor pode exibir ao mesmo tempo, aprimorando a imagem em cada um deles, com o auxílio de um processador poderoso. E essa é somente uma entre as várias estripulias técnicas possíveis a partir da união entre chips e TVs.

Além do uso de recursos de computação, amplia-se a conectividade desses aparelhos. Um padrão identificado pela sigla DLNA (Digital Living Network Alliance), que reúne 250 marcas, foi criado para integrar televisores, computadores, câmeras e filmadoras numa única rede. Com o sistema, um celular poderá passar uma foto diretamente para a TV. Alguns aparelhos começam a empregar essa tecnologia, mas, por enquanto, nem todas as marcas de eletrônicos aderiram ao padrão. Assim, a troca de informações entre eletrônicos de espécie variada ainda é embrionária.
Entre os televisores que estão nas lojas brasileiras, uma novidade não menos que insólita foi apresentada no segundo semestre deste ano pela marca dinamarquesa Bang & Olufsen. A empresa, conhecida pelo requinte na associação entre design e alta tecnologia, lançou uma TV com um braço robótico. Ele fica escondido sob a moldura superior do aparelho e carrega na ponta uma câmera. Acionado, o mecanismo afere a luminosidade dos pixels do painel. Se constatar algum problema, faz uma calibragem automática. Paralelamente, um sensor instalado no topo do aparelho regula a televisão de acordo com a intensidade da luz do ambiente. Como se vê, por mais intensa que tenha sido a metamorfose das TVs até aqui, ela apenas começou. (Fonte --- Veja)

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