terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Era da informação móvel anseia por um novo hardware

          No ano passado, pela primeira vez a venda de smartphones superou a venda de notebooks.
          Com a introdução mais recentes dos tablets, já há elementos suficientes para concluir que a era da informação está passando por sua primeira evolução: a era da informação móvel.
           Parece então que já é hora de pensar em um hardware projetado desde o início para equipamentos que devem permanecer conectados à internet o tempo todo e, sobretudo, gastar menos bateria.

Além da miniaturização

          Um consórcio europeu, reunindo indústria e academia, acaba de divulgar seus resultados justamente nessa área.
          Os dois principais objetivos do projeto DualLogic são a melhoria do desempenho dos equipamentos com conexão permanente à internet e o baixo consumo de energia.
          Depois de 40 anos de miniaturização contínua, não está fácil melhorar o desempenho e a eficiência dos chips.
          A saída encontrada pela equipe foi manter o velho e bom silício como elemento básico, o substrato do chip, mas olhar além do silício para criar componentes com um novo patamar de rendimento.
          "No projeto DualLogic, nós queremos substituir os canais de silício dos transistores, que não permitem que os elétrons andem tão rápido quanto gostaríamos, por materiais semicondutores de maior mobilidade, como o germânio," explica o Dr. Athanasios Dimoulas, coordenador do projeto.


Era da informação móvel anseia por um novo hardware
O projeto DualLogic utiliza dois materiais, um para cada um dos dois tipos de transistores encontrados nos chips. [Imagem: A.Dimoulas]

Duas lógicas

          O projeto foi batizado de DualLogic porque utiliza dois materiais, um para cada um dos dois tipos de transistores encontrados nos chips, o tipo positivo e o tipo negativo.
          A equipe escolheu o germânio (Ge) e o silício-germânio (SiGe) para os transistores do tipo p e o arseneto de índio e gálio (InGaAs) para o transistor tipo n.
          Isso deu a cada um dos transistores a maior mobilidade de cargas obtida na eletrônica.
          O InGaAs, um composto conhecido como semicondutor III-V, porque ele é feito com elementos da terceira e da quinta colunas da Tabela Periódica, deu aos transistores "um rendimento além das expectativas", segundo o Dr. Dimoulas.
          Os resultados para os transistores tipo p não superaram tanto as expectativas, mas ainda assim foram positivos, superando os transistores atuais.

Desafio do mercado

          Mais difícil foi integrar o InGaAs com o silício, o que exigiu o desenvolvimento de um novo equipamento para crescer as camadas do semicondutor III-V diretamente sobre o silício.
           E, embora seja uma inovação significativa, parece que essa nova técnica de fabricação é também o ponto fraco da nova tecnologia.
           Os resultados foram "surpreendentes" em escala piloto, mas ficou então um enorme desafio para que o novo paradigma DualLogic chegue ao mercado: convencer a indústria a usá-lo.
          Algo que seria feito naturalmente se tecnologia de "dupla lógica" pudesse ser fabricada usando a mesma tecnologia CMOS usada hoje pela indústria.

Futuro do hardware

           Embora seja previsível que, em um futuro próximo, a indústria tenha que superar o atual processo produtivo, as empresas vão tentar estender ao máximo a vida útil de seu parque industrial instalado.
           E, com várias novas tecnologias sendo simultaneamente desenvolvidas, ainda não está claro para onde caminhará o hardware nos próximos 10 ou 15 anos.
           Depois da introdução dos materiais de elevado dielétrico, em 2007, os semicondutores III-V vinham sendo as grandes promessas para um novo salto qualitativo.
          Mas, a medir pelos resultados do projeto DualLogic, parece que a melhor aposta a médio prazo continuam sendo os processadores fotônicos, que usam luz em vez de eletricidade para a troca interna de dados.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

CES 2012: Toshiba prepara o lançamento de TVs 3D sem uso de óculos

         
Toshiba
O primeiro dia da Consumer Electronics Shows 2012 (CES), uma das maiores feiras de eletrônicos do mundo, já nos traz várias novidades no mundo da tecnologia. Um dos bons anúncios é da Toshiba, que lançou uma linha de TVs 3D que dispensam o uso de óculos especiais para assistir ao conteúdo tridimensional.

           De acordo com o site CNET, o produto, batizado de 55LZ2, utiliza uma tecnologia que separa até nove ângulos diferentes da imagem, mostrando visões separadas tanto para o olho direito quanto o esquerdo -, de modo que o vídeo 3D possa ser visto de diferentes pontos pelo espectador. O cérebro, então, reconstrói o mundo de terceira dimensão a partir de duas imagens captadas por minúsculas lentes contidas no aparelho, semelhantes às do portátil Nintendo 3DS.

           Para chegar a esse resultado, a TV faz um rastreamento de rosto do usuário para detectar sua posição e, assim, definir um melhor controle da imagem.

           A primeira leva do dispositivo deve ingressar no mercado dos EUA já no primeiro trimestre deste ano. Contudo, não foram revelados dados adicionais, como tamanhos de tela e resolução.

           Vale lembrar que a Toshiba é pioneira nesse tipo de recurso, que está disponível em países como Alemanha e Japão, em um modelo de 55 polegadas com 4 K de resolução (3.840 x 2.160), para a programação convencional, e de 1.280 x 720 para a função 3D. Segundo a companhia, o aparelho custa em torno dos US$ 10 mil dólares (cerca de R$ 18,5 mil reais).

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

CES 2012: LG tem TVs OLED, 4K e controle remoto com controle de voz

Empresa anunciou linha de TVs para 2012 com tela OLED de 55 polegadas, TV 4K de 84 polegadas e controle que permite conversar com aparelho.


LG 84 polegadas
          A LG tem uma extensa linha de TVs para serem lançadas em 2012. Na sua conferência para a imprensa na abertura da CES 2012, a empresa mostrou algumas das novidades que prepara para o mercado, detalhando a TV OLED de 55 polegadas e a TV de 84 polegadas com tecnologia 4K, anunciadas semana passada. Ela também mostrou um novo controle remoto com comandos de voz.

          O principal produto foi a EM9600 OLED TV, a maior tela OLED do mundo, de acordo com a empresa. A TV, com 55 polegadas, também é bastante fina: ela tem 4 mm de espessura, capacidade 3D e deve chegar ao mercado no segundo semestre de 2012 - a empresa não deu informações sobre o preço.

          Já a 84LM9600, com 84 polegadas, será a maior TV LCD nos Estados Unidos e chegará ao mercado até o meio do ano. Ela terá a tecnologia 4K, que permite resoluções 4x superiores às TVs Full HD (ela chega a 3.840x2.160) e também terá capacidade 3D.

          A LG afirma que, durante o ano de 2012, 50% da sua linha de TVs será de Smart TVs com tecnologia 3D. A empresa afirma que melhorou a conversão de 2D para 3D e desenvolveu óculos especiais mais leves e confortáveis para os seus aparelhos.

          Outra grande novidade no setor de TVs é o novo Magic Remote. O controle desenvolvido pela empresa tem reconhecimento de voz - ou seja, você poderá enfim conversar com a sua TV. Ela poderá ser conectada a periféricos que aumentam suas capacidades, como um sensor de gestos, por exemplo. O Magic Remote acompanhará alguns modelos de TV que serão lançados pela empresa durante 2012. A LG não divulgou preço e disponibilidade do dispositivo separado das TVs.

          Outra tecnologia que a empresa mostrará durante a feira é o Dual Play, disponível para sua linha de TVs 3D e feita especialmente para jogos. Com a tecnologia e com os óculos especiais Dual Play, dois jogadores podem jogar um game multiplayer ao mesmo tempo, e cada um verá uma tela diferente. É uma tecnologia similar a uma mostrada pela Sony em 2011, mas sem a limitação do aparelho da empresa japonesa - ela funciona com alguns jogos específicos do PS3.

          A empresa também terá para o público a tecnologia Smart Share Plus, que será integrada às suas TVs e permite, via conexão Wi-Fi, passar o que está sendo visto na TV para dispositivos móveis.

Fonte: OD.

Bateria de ar-lítio: carros elétricos com autonomia de 800 km

Ansiedade de motorista

          Um dos maiores entraves à popularização dos veículos elétricos é a chamada "ansiedade da autonomia".
          Os motoristas parecem morrer de medo de que a carga da bateria não consiga levá-los até seu destino ou trazê-los de volta para casa.
          Agora, cientistas da IBM afirmam ter resolvido um problema fundamental que poderá levar à criação de uma bateria capaz de dar a um carro elétrico uma autonomia de 800 quilômetros - o dobro da autonomia da maioria dos carros a gasolina ou etanol.
          As melhores baterias disponíveis atualmente são do tipo íons de lítio, que são boas para telefones celulares, razoavelmente boas para notebooks, mas insuficientes para veículos elétricos, que não conseguem superar os 200 km de autonomia.

Bateria de ar-lítio

          Um novo tipo de bateria, chamada bateria de ar-lítio, é muito mais interessante porque sua densidade teórica de energia é 1.000 vezes maior do que as baterias de íons de lítio, o que a coloca praticamente em condições de igualdade com a gasolina.
          Em vez de usar óxidos metálicos no eletrodo positivo, as baterias de ar-lítio usam carbono, que é mais leve e mais barato, e reage com o oxigênio do ar ambiente para produzir uma corrente elétrica.
          Mas há um problema: as instabilidades químicas limitam a vida útil das baterias de ar-lítio, que suportam poucos ciclos de carga e descarga - algo impraticável para os veículos elétricos.
          Agora, Winfried Wilcke e seus colegas dos laboratórios da IBM descobriram a causa dessa rápida degradação: o oxigênio do ar reage não apenas com o eletrodo de carbono, mas também com o eletrólito, a solução condutora que transporta os íons de lítio entre os eletrodos.

Bateria de ar-lítio dá autonomia de 800 km a carros elétricos
A bateria ar-lítio tem um potencial teórico mais de 1.000 vezes superior às baterias mais modernas. [Imagem: Winfried Wilcke/IBM]

          Essa reação indesejada deteriora o eletrólito, danificando a bateria.

Eletrólito promissor

          Os pesquisadores usaram então um supercomputador para modelar essas reações químicas, em busca de eletrólitos alternativos, que não fossem danificados pela reação com o oxigênio.
          "Nós agora descobrimos um [novo eletrólito] que parece muito promissor," contou Wilcke.
           A pesquisa ainda não foi publicada, e os pesquisadores se recusam a dar mais detalhes sobre o novo composto, embora contem que o material funcionou como previsto nos modelos computadorizados "em vários protótipos em escala de laboratório".
           Segundo Wilcke, a expectativa é que um protótipo em escala real esteja pronto até 2013.
          Mas ainda há um grande desafio antes que as baterias de ar-lítio possam cumprir todas as suas promessas: como lidar com a umidade do ar ambiente, já que o lítio pega fogo espontaneamente quando imerso em água.